quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Devaneios Nefastos


A morte doída tem algo de poético.
Fiquei triste hoje mais cedo quando o repórter anunciou a morte instantânea de um rapaz que foi baleado.
Juro que não é nenhum desvio psicológico ou uma boba inspiração desencadeada com a leitura dos poemas do Álvares de Azevedo.
O herói que se torna mártir depois de morto só o consegue se a desencarnação for o resultado do sofrimento.
A saudade do defunto é mais intensa se o ente que ficou acima dos sete palmos tiver em mente o quão difícil foi para o que morreu o processo de juntar os pés.

Este é um post hipócrita.
Eu mesmo gostaria de morrer sem dor.
Mas com a glória da partida dolorosa.

2 comentários:

Thiago disse...

é como se fosse vetada ao moribundo, a possibilidade de de fazer suas consierações finais. eu acho que voce tem um "quê" de razão.

Icaro disse...

O mais curioso nessa vontade de morrer como um herói é que a gente não vai estar aqui pra ser cultuado e lembrado pela nossa coragem ou coisa do tipo