sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ofícios Fraternos

Para meu irmão



Na morte de Abel, no berço de Caliban,
Irmão de Ariel, e na mordida da maçã
Eis que nasce a desgraça
Que de Caim se fez irmã

Não me parece sensato
Do pretérito ao moderno
Se estender no relato
Da história do fraterno

Só nos cabe dizer
O quanto nos é difícil
A manutenção da irmandade
Quando nela invade o ofício

A regra não me exclui
E pra mim faz mui sentido:
O irmão se torna sócio
E sufoca-se o amigo

E neste poemeto livre
Ao estilo de Gregório
Num acontecimento hipotético
Que parece até simplório:

Temo por um dia, que rezo pra que nunca chegue
Onde vires para mim, julgando pedir humildemente:
-Irmão meu, me faça este serviço urgente!
E eu, já cansado, respondo:
-Desculpe, meu caro, acabou o expediente.