quarta-feira, 22 de julho de 2009

Calouros e a Política Estudantil

Embora seja clichê, é inevitável iniciar um texto dirigido aos calouros de uma universidade sem assinalar as mudanças de universo sofridas pelos mesmos. A maior parte dos alunos do primeiro semestre de Relações Públicas saiu direto do terceiro ano para a UNEB, outros fizeram cursinho antes de passar no vestibular. Ou seja, grande parte dos alunos 2009.1 vivia recentemente sob uma atmosfera escolar, colegial, e naturalmente ainda carregam um pouco desse ranço: estamos acostumados a uma instituição na qual todos os problemas são resolvidos por “autoridades” como diretor e coordenador, e nossas experiências políticas se resumem a, no máximo, um grêmio. Além do mais, o estudante colegial frequentemente tem uma postura individualista, pois não precisa se articular para conseguir nada (o coordenador conseguirá por ele).
O mundo universitário é completamente diferente do que estamos acostumados, especialmente porque nós estamos na universidade do Estado (dispensa explicações)! Aqui, aquela velha postura “cada um por si” não cabe: se quisermos mudar o comportamento de um professor, se estamos insatisfeitos com um aspecto qualquer do curso, ou do DCH, o que quer que desejemos, todos temos de fazer queixa com o diretor do departamento, porque só assim talvez seja feita alguma coisa a respeito. Se apenas um aluno se movimentar para pedir algo, nada acontecerá. Portanto, é imprescindível que desde já os calouros se enxerguem como um grupo que possui os mesmos interesses e que é formado por elementos interdependentes.
Para que o calouro possa ter autonomia para resolver os problemas do seu grupo, é importante que ele conheça as estruturas políticas da universidade: saber os papéis do CA, do DA, do DCE, entender a importância do colegiado e principalmente saber como anda a gestão do CA, pois são os alunos da gestão que representam os interesses de todos os outros, de todos os semestres. É interessante para o estudante conversar com os representantes do CA, dar opiniões, observar criticamente os meios de comunicação pertencentes ao curso (jornal, blog, rádio) e como eles atendem ou não às nossas necessidades, prestar atenção nas realizações e no comportamento da gestão para com os alunos, enfim: ser o mais participativo e crítico possível na política estudantil. Isso não tem a ver, necessariamente, com movimento estudantil, nem com participação direta em chapas, tampouco com partidarismo. Mas é extremamente necessário que o estudante conheça as estruturas de sua universidade, e a política estudantil é um instrumento para tal, além de ser quase um treinamento para nosso papel de cidadãos fora do âmbito universitário.
Calouros, não podemos, só porque entramos agora na UNEB, ignorar seu processo político! Não é que tenhamos que viver como se estivéssemos e 1964, lutando contra uma ditadura; temos apenas que nos envolver porque, afinal de contas, nós é que fazemos essa universidade! Tudo depende de nós! Vamos nos enxergar como verdadeiros membros do corpo discente e fazer valer, assim, nossa participação.

1 comentários:

Romilson Soares disse...

É isso meeesmo vanessa, é mais que o momento dos calouros mostrarem a que vieram, não à passeio mas para marcar a vida da universidade, positivamente é claro!